Eu nasci com uma doença chamada Mielomeningocele, mais conhecida como Spina Bífida, causada por uma malformação congênita da coluna vertebral, dificultando a função de proteção da medula espinhal, responsável pela ligação entre o cérebro e os nervos periféricos do corpo. Quando exposta, muitos dos nervos da coluna espinhal podem sofrem traumas que acabam por comprometer o funcionamento de muitos órgãos inervados, como bexiga, intestinos e músculos.
Cerca de 90% das pessoas com Mielomeningocele poderão apresentar durante a vida algum tipo de problema urológico, que pode variar de pequenas infecções urinárias, insuficiências e até a perda da função renal.
Isso faz parte da minha história com a Mielomeningocele. Poderia ser pior, mas pelos grandes avanços da medicina hoje, ao contrario da "previsão", tenho uma condição de vida considerada boa dentro do meu quadro. Faço hemodialise três vezes por semana e aguardo por um transplante renal. Porém mesmo passando por tudo isso, não me abalo e luto contra o preconceito.
Agora, aos 24 anos, idade pouco imaginada pelos meus familiares que me conhecerão quando bebê e diziam que eu não sobreviveria, escrevo uma biografia contando tudo pelo que passei e como venho superando esse quadro com coragem e alegria. No principio da hemodiálise imaginei, como muitos, que tudo estava acabado, mas descobri que não era um fim e sim um continuar diferente.